A população brasileira deve começar a diminuir em 2043, segundos dados
projetados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística)
divulgados nesta quinta-feira (29). Baseado em dados do Censo
Demográfico 2010, o estudo projeta a população total do Brasil em 201 milhões de habitantes em 2013,
atingindo 212,1 milhões em 2020, até alcançar o máximo de 228,4 em
2042. A partir de então, o número deve começar a cair, atingindo o valor
de 218,2 em 2060, o mesmo projetado para 2025.
"O processo de envelhecimento do povo e da diminuição do número de
jovens altera substancialmente a estrutura etária da população e,
consequentemente, as demandas sociais. Quando há menos crianças, você
tem menos procura por vagas em escolas, por vacinação e por todos os
serviços que são ofertados para população com essa idade. Aumenta a
atenção pelo lado dos idosos, com políticas voltadas para a saúde,
assistência social e previdência social", explica o pesquisador Gabriel
Borges, um dos responsáveis pela projeção. "Muito rapidamente, a
população vai sofrer mudanças importantes. Todo o desenho de políticas
públicas tem que ser repensado para essa nova estrutura da população."
Segundo o estudo, o fator mais importante para a redução do nível de
crescimento da população é a queda da fecundidade, que vem diminuindo
desde a década de 1970. Em 2013, o índice de filhos por mulher foi
projetado para 1,77. A taxa cairá para 1,61 filho em 2020, e deve
atingir 1,5 filho em 2030.
O estudo do IBGE projeta ainda o adiamento da idade média em que as
mulheres têm filhos, que em 2013, foi de 26,9 anos. Segundo a pesquisa, a
idade será de 28 anos em 2020 e 29,3 anos em 2030.
Quase uma São Paulo a menos
Os dados mostram que, de 2042, quando o contingente populacional atingirá seu ápice, até 2060, o país perderá 10,1 milhões de habitantes. O número chega próximo à perda de uma cidade de São Paulo. Segundo o Censo de 2010, a capital paulista tem 11,2 milhões de habitantes.
Em 2060, as mortes serão 62% superiores aos nascimentos, o que significa
que, para cada 100 mortes no Brasil, apenas 62 pessoas irão nascer. O
último ano em que os nascimentos vão superar as mortes será 2042. Já no
ano seguinte, em 2043, as mortes superarão os partos em 2%, aumentando
esse percentual gradualmente até 2060.
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