sábado, 16 de março de 2013

Radialista desabafa em seu blog

 
Recentemente estou sendo procurado com freqüência por ouvintes indignados com a saúde pública no município de São Miguel do Guamá, no nordeste Paraense. Pessoas carentes, que não dispõem de poder aquisitivo, quais se acham humilhados quando procuram por atendimento médico no Hospital municipal da cidade.
 
Eu de maneira alguma posso me calar diante de tal fato, eu com uma vida no rádio paraense conquistei o principal para um apresentador que é a credibilidade, a confiança do ouvinte pela minha postura em defesa do cidadão.
 
Eu durante essa semana que está passando, passei por momentos delicados, quando o meu irmã Odivan Guilherme, um portador de necessidades especial, ele mudo e surdo veio o adoecer, meu irmão ta a uma semana doente, com fortes dores, náuseas, debilitado sem se alimentar, e toda vez que meus pais levam ele no Hospital Municipal os técnicos de enfermagem atendem, fazem um injetável, aplicam um soro e mandam embora pra casa, detalhe todo esse martírio já se arrasta por uma semana, ninguém ta dormindo direito em casa pelo fato do meu irmão ta agonizando em dor.
 
O revoltante é que eu fui numa dessas noites com ele ate aquela casa de saúde, o que eu vir foi um desrespeito com o usuário, cama de ferro enferrujada sem colchão, se o parente quiser tem que jogar o enfermo em cima de cama velha enferrujada e sem colchão, e quando tem colchão é um colchão coberto por um material plástico, não se tem coberto nas camas e nem lençol, eu tive que pegar em minha casa travesseiro e lençol para o meu irmão não ficar tomando soro numa sala fria e sem instrutora na enfermaria.
 
Ontem Sexta feira dia 16 foi mais uma noite de agonia novamente tivemos que levar o meu irmão ao Hospital devido às fortes dores, minha mãe já não agüentando perguntou pelo médico de plantão ela queria que ele atendesse o meu irmão, que fizesse uma avaliação, pois completou uma semana de ida e vinda a procura de um atendimento satisfatório e até agora nada. A resposta foi que o médico já tava vindo da cidade de Castanhal, o triste que na espera tenham crianças chorando nos corredores consumidos pela dor, tinham mães com crianças esperando pelo médico desde 9 horas da manhã e quando ele chegou não deu atenção necessária para quem estava a sua procura, subiu e quando questionado disse que ele era cirurgião e não clinico geral, um médico mal educado que apesar de sua formação não aprendeu a adquirir um lado humanitário deixando dezenas de vidas esquecidas nos corredores sofrendo pelo descaso com a saúde pública.
 
Supostamente quem chega ao hospital é atendido por um técnico em enfermagem, no máximo por uma enfermeira, e os procedimentos usado é aplicação de um injetável e um soro e mandam embora pra casa sem qualquer avaliação médica.
 
Segundo informações o material cirúrgico é esterilizado na cidade de Mãe do Rio, quando falta energia elétrica tem que suspender atendimento médico ou até mesmo cirurgia, pois o gerador não funciona mais e até a água colocada no bebedouro pros usuários do Hospital Municipal beber é pego numa torneira, uma água sem o menor tratamento, que pode vir a agravar a saúde de quem bebi essa água.
 
Nessa semana uma pessoa morreu no Hospital Municipal, familiares me procuraram pra reclamar, dizendo que ao dar entrada na enfermagem se tivesse um aparelho para reanimar a vitimas talvez o senhor não tivesse morrido, eles me informaram que até mascara de oxigênio não tinha, colocaram um tubo na boca do paciente.
 
Gostaria que fosse visto com mais carinho a saúde pública de nossa cidade, aja vista que se trata de algo essencial e ninguém pede para adoecer, se alguém procura por atendimento médico é por que necessita então vamos proporcionar um atendimento digno para o nosso povo, e que os médicos sejam mais humanos

Blog do Odecy Guilherme

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