Dezesseis meses de pesquisas, visitas a 320 unidades prisionais e duas mil entrevistas. Foi preciso isso para que o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) chegasse à conclusão que todos os criminalistas chegaram há anos: o sistema prisional clássico está falido e a prisão, que deveria ser um local para educar o apenado e reinseri-lo na sociedade, é a mais eficaz escola de delinquências.
Reincidência
O fato se torna mais grave nos estabelecimentos que recebem crianças e adolescentes para cumprirem medidas socioeducativas: de cada 10 internados 4 reincidem e as infrações são mais graves que as anteriores, indo até o homicídio.
Os dados estão no paper “Panorama Nacional - A execução de Medidas Socioeducativas de Internação Programa Justiça ao Jovem”, publicado pelo CNJ.
Nem um progresso em execução penal
O trabalho demonstra que não progredimos em matéria de execução penal desde o século XV, quando a pena mais comum era mandar os delinquentes às galés para remarem até morrer no porão imundo das barcaças.
É possível avaliar o grau de civilização de uma sociedade visitando-lhes as casas parlamentares, os fóruns e as prisões.
Enquanto a sociedade achar que se deve vingar dos delinquentes desprezando-os em porões, esses continuarão entendendo que se devem vingar da sociedade quando saírem de lá.
Blog do Parsifal
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