domingo, 17 de abril de 2011

60% dos que perdem a vida são assassinados entre 15 e 24 anos

Assassinatos são a principal causa de morte entre adolescentes e jovens no Pará. Metade das vítimas tem entre 15 e 24 anos. A idade mais crítica, porém, é 18 anos. Negros e pobres são a maioria, revela relatório do Centro de Defesa da Criança e do Adolescente (Cedeca-Emaús). Os números também mostram que eles não são os protagonistas da violência urbana e, embora envolvidos em situações violentas, são o elo mais frágil de esquemas criminosos e das pressões da sociedade para o combate ao crime.

No Pará, o adolescente sob ameaça de morte é do sexo masculino, negro, tem de 13 a 17 anos e renda per capita de um salário mínimo. No documento chamado de "Letalidade de Adolescentes e Jovens no Pará", o Cedeca-Emaús observa que o jovem sob ameaça de morte representa, na verdade, um certificado da inoperância das políticas públicas, "uma vez que este cidadão em fase de desenvolvimento já passou por todas as existentes e nenhuma delas deu conta de romper com o ciclo de violência vivido até então", aponta o documento, que denuncia os assassinatos de jovens e adolescentes como a culminância do ciclo de violações vivenciado por eles desde o nascimento.

Em contrapartida, o Cedeca-Emaús denuncia o movimento que os responsabiliza pela violência e acredita que a punição, em detrimento da proteção, resolverá o "problema" da infância e da juventude, em particular, e da segurança pública de modo geral. "Em momentos de euforia, a sociedade defende, sem reflexão alguma, a redução da maioridade penal, a violência banalizada e até a pena de morte (institucionalizada ou na forma de linchamentos) contra adolescentes, acreditando ser esta a melhor forma de encontrar a paz social", afirma o relatório.

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