Enquanto o mercado editorial discute o fim do livro em papel, a indústria de quadrinhos têm a mesma preocupação com os gibis.
Representantes de Hong Kong aproveitam o festival internacional de HQs de Angoulême, na França, para promover o aplicativo Hong Kong Comics, uma das promessas para o futuro do mercado de quadrinhos do país (estimado em 600 milhões de dólares de Hong Kong).
O produto, que permite a leitura de gibis em iPads, foi lançado no dia 11, e a versão em inglês está prevista para fevereiro.
O evento em Angoulême é o mais importante do mercado franco-belga e dedica um de seus pavilhões aos negócios de licenciamento.
Editoras de todo o mundo encontram aqui um cardápio vasto, no país que publicou 5.165 HQs em 2010.
APOSTAS:
Enquanto negócios são fechados para a publicação de títulos em papel durante a feira, lançamentos como o Hong Kong Comics mostram que a indústria começa a apostar nos meios digitais.
A americana Marvel já tinha apontado esse caminho em abril de 2010, quando lançou um aplicativo para a leitura das aventuras de personagens icônicos como o Homem-Aranha e os X-Men. A DC (Batman), também dos EUA, fez o mesmo em junho.
O mercado norte-americano movimentou US$ 680 milhões em 2009, com previsão de queda de 12% em 2010, segundo o iCv2, que monitora as vendas de gibis no país.
"As vendas começaram a cair nos anos 90, conforme os meios digitais se tornaram o principal veículo de entretenimento", diz Thomas Tang, diretor da HKCAF (federação de Hong Kong de HQs e desenhos animados) -instituição que propôs e desenvolveu o aplicativo.
O projeto teve incentivo do governo, que investiu 2 milhões de dólares de Hong Kong nele.
"As gerações atuais estão mais acostumadas a apertar botões do que a virar páginas", afirma Tang.
Segundo a associação, o Hong Kong Comics teve 15 mil downloads nos três primeiros dias, com acesso vindo de 48 países diferentes.
O sucesso é semelhante àquele dos aplicativos norte-americanos. O produto da Marvel para a leitura de HQs em iPads é hoje o 7º aplicativo mais baixado nos EUA, na categoria de livros.
O aplicativo de Hong Kong destina entre 28% e 42% dos lucros para as editoras e entre 28% e 42% para a HKCAF. Os 30% restantes são gastos com a distribuição do aplicativo via iTunes.
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