O candidato tucano, José Serra, fez neste domingo, durante debate na Record, o primeiro grande esforço de comunicação em busca de um segundo turno. Começou tarde. Faltando agora seis dias para a ida às urnas, a Serra e aos demais adversários da petista, vai caber a hercúlea tarefa de tirar-lhe cerca de cinco milhões de votos, para que tenham a chance de disputar por cerca de mais um mês a vaga da Presidência da República. Isso equivale a virar os votos de pouco menos da metade dos cariocas, ou um Espírito Santo e uma Paraíba somados.
Ninguém compreendeu, muito menos os petistas, a razão que levou Serra a mudar radicalmente de estratégia e poupar Dilma de ataques diretos, relacionados ao campo da ética, durante praticamente todo o debate. A tarefa acabou nas mãos de Plínio e Marina. "Sinceramente, não entendi nada. Serra abriu o debate perguntando a Plínio sobre política externa - essa não dá para entender!" - comentou o presidente do PT, José Eduardo Dutra, ao final do evento.
O cálculo tucano levou em conta o "esgotamento" dos ataques contra a petista, envolvendo principalmente os escândalos da Receita e da Casa Civil, que acabaram revertendo mais votos a Marina do que a Serra. O próprio candidato considerou que era hora de virar o disco e retomar a apresentação de propostas.
Pelo andar da carruagem eleitoral, daqui a uma semana, os brasileiros já terão um novo presidente e, salvo ocorra um improvável maremoto político, será uma presidenta - como Dilma preferirá ser chamada. Juntamente com ela, serão eleitos já em primeiro turno, pelos menos 14 governadores aliados, além de uma Câmara e um Senado folgadamente governistas.
A oposição verá seu espaço de influência ser drasticamente encolhido. Embora se prepare para governar dois dos mais importantes estados da federeção, São Paulo e Minas - cenário que também determinará a ascenção de Alckmin e Aécio como líderes oposicionistas da nova fase, com a saída de cena de José Serra. Encerrado o processo eleitoral de 2010, os dois primeiros são as novas estrelas em disputa para o próximo confronto, o de 2014 - mas esta é uma história que a oposição ainda precisará escrever, passando por mais um provável mandato petista de governo, e com Lula no banco de reserva.
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