quarta-feira, 1 de setembro de 2010

NOS JORNAIS



Dia D para Roriz
O dia é decisivo para Joaquim Roriz. Está na pauta de hoje do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) o julgamento do registro da candidatura do ex-governador do DF ao Palácio do Buriti. O recurso contra a decisão do Tribunal Regional Eleitoral do DF (TRE-DF), que considerou Roriz inelegível com base na Lei da Ficha Limpa, será relatado pelo ministro Arnaldo Versiani, voto declarado em outras situações a favor da aplicação imediata da regra de moralização das eleições. A tendência é de que a maioria no plenário mantenha o veto à participação do ex-governador nestas eleições.

Na avaliação de advogados que acompanham o TSE, o placar deverá ser de cinco votos a dois ou seis votos a um contra Roriz, considerando-se a posição dos ministros em julgamentos anteriores e na consulta do deputado Ilderlei Cordeiro (PPS-AC) relacionada à Lei da Ficha Limpa. Será, no entanto, a primeira vez que a Corte decidirá um caso como o de Roriz, que está sendo impedido de participar das eleições porque renunciou ao mandato de senador quando já havia contra si um processo por quebra de decoro parlamentar em tramitação no Senado. Versiani é o relator também da impugnação envolvendo o deputado Jader Barbalho (PMDB-PA), candidato a um mandato de senador.
Dilma desdenha de nove estados
Embalada pelas pesquisas que lhe dão a perspectiva de vitória no primeiro turno, a candidata do PT, Dilma Rousseff, já se dá ao luxo de recusar convites para eventos de campanha em vários estados. Em nove deles, que somam 14,1 milhões de eleitores, 10,4% dos 135 milhões do Brasil, ela não pisou até agora nesse período eleitoral e nem tem previsão de visita na agenda em discussão no fechado grupo que coordena as viagens (leia quadro). “No Nordeste, ela irá ao Ceará e mais um ou dois estados. No Norte, está previsto o Pará”, contou o presidente do PT, José Eduardo Dutra, que ajuda a organizar a agenda dos últimos 30 dias.

Os motivos para Dilma deixar de se apresentar ao vivo em alguns estados são os mais variados. Em Alagoas, ninguém quer dar à oposição a chance de dizer que Dilma está ao lado de Fernando Collor (PTB), candidato a governador. Figura polêmica, o senador, rival de Lula em 1989 que aderiu ao lulismo em 2007, foi defenestrado da Presidência e guarda capital político restrito ao estado. Fora de Alagoas, uma imagem associada à outra teria potencial explosivo e poderia significar perda de votos. No último levantamento do Ibope, Collor aparece com 28% das intenções de voto. O ex-governador Ronaldo Lessa (PDT) tem 29%.
PV sob o risco de sair ainda menor

O Partido Verde entrou nas eleições de 2010 com planos ambiciosos de estender o seu poder de atuação sobre a política brasileira. A meta era alcançar o patamar de legenda média, ultrapassando até a marca dos 20 deputados federais. O roteiro traçado incluiu a aproximação com Marina Silva e a candidatura da senadora acriana à Presidência. Com ela, viria a refundação programática do partido. A ideia era tornar o “novo PV” conhecido por meio da campanha presidencial e, embalado por esse discurso, conseguir aumentar a representatividade na Câmara dos Deputados. A pouco mais de um mês das eleições, no entanto, os planos ousados ainda não deram indícios de que vão se confirmar nas urnas em outubro. Pior, o PV corre o risco de sair do pleito menor do que entrou.
Até a informática atormenta Serra

São Paulo — Os deuses da computação devem estar indispostos com o presidenciável José Serra (PSDB). Depois de o site oficial do tucano (http://www.serra45.com.br/) ter ficado praticamente três dias fora do ar por, segundo informações da assessoria de imprensa do candidato, problemas com o provedor, uma pane em um painel eletrônico frustrou a agenda de Serra, ontem, em São Paulo.
O candidato acompanharia em frente ao chamado Impostômetro, painel da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) que registra o imposto arrecadado em todo o país, no centro da capital paulista, a virada para R$ 800 bilhões em tributos. Serra aguardava a marca ser atingida ao lado do candidato do PSDB ao governo de São Paulo, Geraldo Alckmin, e de líderes tucanos e demistas desde às 11h30. Por volta do meio-dia, quando o número estava próximo de ser alcançado, o painel apagou.
Fraude na reforma agrária
A Polícia Federal (PF) prendeu ontem 20 pessoas, incluindo nove servidores públicos federais, oito líderes de movimentos sociais e dois vereadores acusados de fraudar projetos da reforma agrária em Mato Grosso do Sul no valor de R$ 12 milhões. Entre os presos na Operação Tellus (Deusa da Terra, na mitologia grega) estão o superintendente regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Waldir Cipriano Nascimento, indicado ao cargo pelo senador Walter Pereira (PMDB-MS), e o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Itaquiraí, vereador Joel José Cardoso (PDT-MS). No estado, políticos acreditam que a operação tem viés eleitoreiro.

O grupo, que distribuiu ilegalmente lotes da Fazenda Santo Antônio, preparava-se para atuar no sorteio da Fazenda Paquetá, no mesmo estado. O Ministério Público Federal (MPF) investiga ainda uma lista de imóveis rurais que foram excluídos do processo de avaliação para verificação de produtividade no estado. Servidores do Incra são acusados de receber propina para liberarem essas terras. Nove fazendas foram excluídas irregularmente do programa.
Exército sem líder

Roberto Jefferson, presidente do PTB, está inelegível desde que teve o mandato cassado devido ao episódio do mensalão. Mas isso não quer dizer que o ex-deputado esteja longe do cenário eleitoral. Não raro, dispara torpedos em todas as direções, tentando manter a fama de homem-bomba, embora o poderio de seu arsenal não seja o de outros tempos. Uma das últimas táticas de Jefferson foi apelar para o campo psicológico, plantando a semente da intriga em seus desafetos. Em seu blog, ele apelou para o ego dos peemedebistas: “Já imaginaram se o PMDB tivesse um líder a unir seu poderoso exército em torno da conquista do Palácio do Planalto? Cá entre nós, acho que não teria Lula que conseguisse bater tamanha máquina”.
Sucessão no PMDB em jogo
Vencido o primeiro passo de dar vida própria à sua criatura política, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem um novo desafio: controlar o apetite do PMDB no próximo ano. Se a vitória da candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, se confirmar, o vice Michel Temer (PMDB) deve renunciar ao cargo de presidente do partido, abrindo espaço para um sucessor. Lula gostaria de ter um aliado de confiança no comando do PMDB para conter a sanha por cargos e espaço em um eventual futuro governo Dilma. O ministro da Defesa, Nelson Jobim, é considerado o presidente do PMDB dos sonhos para o petista. Não seria a primeira vez que Lula tenta emplacar seu atual ministro da Defesa no comando do PMDB. Em 2007, o governo encampou o movimento, mas não teve sucesso. Apesar do apoio de Lula à candidatura de Jobim, o ministro carece de aliados no partido para ganhar cacife interno e chegar ao comando da legenda.
Folha de S. Paulo

Campanha terá Lula e Dilma juntos uma vez a cada 4 diasO roteiro eleitoral traçado pela campanha de Dilma Rousseff (PT) para a reta final das eleições prevê ao menos mais dez comícios da candidata ao lado do presidente Lula a partir de amanhã.Com 11 eventos cumpridos desde o início oficial da campanha, em julho, a dupla Lula-Dilma chegará às urnas com uma média de 1 ato público conjunto a cada 4 dias.Essas ações seguem a estratégia, explorada à exaustão na TV e no rádio, de colar a imagem de Lula -cujo governo atinge aprovação de 79%- à da sua candidata.
Participação de Dirceu "não é provável", diz petistaA candidata à Presidência Dilma Rousseff (PT) disse ontem que "não acha muito provável" que o ex-ministro e réu do mensalão, José Dirceu, participe de um eventual governo seu. Segundo ela, ele não participa "diretamente da atividade do governo [e da campanha]". Dilma, entretanto, defendeu Dirceu e criticou seu "banimento".Em seguida, a candidata recuou. "[Dirceu] "não tem participação porque eu não estou discutindo governo", disse. À frente das pesquisas eleitorais, ela tem sido acusada de negociar participação num eventual governo antes do término das eleições.
A missão de Serra
JOSÉ SERRA tem razão ao dizer, como fez a empresários (ou doadores), que a disputa eleitoral não está encerrada, mas a recomendação que recebe das pesquisas, como político, não tem a ver com campanha pela Presidência.O problema imediato de Serra deixou de ter alvo federal e âmbito nacional para restringir-se aos limites estaduais de São Paulo. Onde não estão localizadas as pretensões de sua vida pública e nem sequer o candidato do PSDB precisa do seu apoio para liderar, até agora, a corrida ao governo paulista.
No Rio, Lula cita bandeiras de DilmaO presidente Luiz Inácio Lula da Silva exaltou ontem, em eventos oficiais do governo federal, os projetos que são as principais bandeiras da campanha do governador Sérgio Cabral Filho (PMDB) à reeleição, e também adotadas pela candidata petista à Presidência, Dilma Rousseff.Mesmo sem a presença de candidatos, Lula citou o nome do governador em Nova Iguaçu durante a inauguração de uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento). O discurso será analisado pela Procuradoria Eleitoral.
Senha era socializada, diz servidora do fiscoResponsável pelo computador no qual foram acessadas ilegalmente declarações de renda do dirigente tucano Eduardo Jorge e de outros integrantes do PSDB, Adeildda Ferreira dos Santos negou ontem em entrevista exclusiva à Folha responsabilidade na violação dos dados. Ela afirma que colegas da agência de Mauá (SP) da Receita usavam o seu computador e que a senha de acesso ao sistema era "socializada". E diz que cometeu um erro. "Como servidora, deveria ter sido mais cuidadosa". Adeildda afirmou que o terminal pode ter sido usado por alguém com má-fé.
Aécio cobra mais "ousadia" de Serra, que prega "virada"No dia em que José Serra (PSDB) passou a discursar pela possibilidade de "virada" na sucessão presidencial, o principal cabo eleitoral do tucano em Minas, Aécio Neves, cobrou mais "ousadia" e "clareza" na comunicação da campanha.Até então, Serra se recusava a comentar a dianteira de Dilma Rousseff (PT) nas pesquisas. Mas ontem, em dois eventos em cidades mineiras, passou a usar o crescimento de Antonio Anastasia no Estado como exemplo para a própria campanha."Já viramos em Minas, vamos virar juntos no Brasil", disse. Em pesquisa Ibope na semana passada, Anastasia apareceu pela primeira vez à frente de Hélio Costa (PMDB), com 35% a 33%.Impostômetro emperra durante ato de campanha tucana, e Dilma ironizaO cenário estava montado: candidatos postados sob o sol em frente ao Impostômetro, painel eletrônico montado em São Paulo que registra o total de impostos arrecadados pelo governo federal durante o ano. Minutos antes do meio-dia o Impostômetro registraria R$ 800 bilhões 34 dias mais cedo que no ano passado. Lá estavam o presidenciável José Serra (PSDB), Geraldo Alckmin (PSDB), candidato a governador, e seu vice, Guilherme Afif Domingos (DEM), quando o Impostômetro apaga. Eles se entreolham, constrangidos. Assessores da ACSP (Associação Comercial de São Paulo), onde o Impostômetro está instalado, correm para descobrir o que aconteceu.
De Collor a Dilma

PESQUISAS DE opinião foram decisivas na eleição de Collor. Para a criação do caçador de marajás utilizaram-se, pela primeira vez, pesquisas engajadas para moldar uma candidatura à Presidência, no Brasil. Foi também a primeira eleição em que a mídia contratou pesquisas com abrangência nacional para acompanhar as reações dos eleitores.São pesquisas de naturezas diferentes, com métodos e objetivos diversos. Umas ajudam a fazer a história e outras colaboram para contá-la. Ambas assumem papéis relevantes e legítimos e, se feitas por uma mesma empresa, há de haver cuidado para que o engajamento não contamine análises e resultados tornados públicos.

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