Belém ocupa atualmente a 26ª posição no
ranking das cidades mais violentas do mundo. É o que aponta o estudo divulgado
no final de fevereiro passado pela Organização Não Governamental (ONG) mexicana
Conselho Cidadão para a Segurança Pública e Justiça Penal. Segundo a pesquisa,
no ranking das 50 cidades mais violentas, 15 são do Brasil. Belém apresentou
uma queda comparada ao resultado da pesquisa anterior, onde a capital paraense
estava em terceiro lugar.
Essa queda
de posições é importante, entretanto, ainda há diversos casos de violência na
capital. É o caso da recente tentativa de assalto feita a um shopping center no
final de semana e a própria opinião dos cidadãos nas ruas, que afirmam não se
sentir completamente seguros.
Ainda ontem, candidatos do concurso da
Polícia Militar, realizado em junho do ano passado, realizaram um protesto
contra a demora da divulgação dos aprovados para as próximas fases. Esse
atraso, segundo os concursados, é um fator que afeta os níveis de violência de
Belém.
O
metalúrgico Vitor Silva afirma que há um déficit na segurança pública do
Estado. “A sociedade anseia para a entrada de mais pessoal no efetivo policial.
Nós mesmos conversamos com alguns e eles nos disseram que é preciso mais
trabalhadores. O policiamento ostensivo inibe homicídios e impede que tanta
violência aconteça na cidade”, explica.
O concurso
tem quatro fases, mas os candidatos afirmam que apenas duas delas foram
realizadas e desde novembro eles aguardam o resultado. Os concursados
protestavam pacificamente na avenida Almirante Barroso com placas de “Segurança
mais já”, “Não a violência”, entre outras.
O
professor da Universidade do Estado do Pará (Uepa), Alaia Colares, possui
experiência no estudo da violência em Belém. Para ele, colocar apenas a capital
paraense no ranking é exagero. “A Região Metropolitana sim está entre as mais
violentas do Brasil. Além disso, é preciso avaliar o número de furtos,
homicídios, roubos, tráfico de drogas, tudo que envolve a questão da violência
e segurança, para fazer esse ranking”, comenta.
O
professor ressalta que municípios como Ananindeua, Marituba e Benevides vêm
apresentando altos índices de criminalidade e “isso se deve a uma expansão
urbana que cria aglomerados de exclusão. Isso dificulta o trabalho da polícia”.
Alaia Colares
propõe algumas soluções para a saída de Belém desse tipo de ranking: “É preciso
acompanhar a expansão das cidades da RM com o aumento do efetivo policial e
modernização da polícia. Mas, principalmente, com projetos de educação,
habitação e cultura nas chamadas áreas de risco. É preciso dar oportunidades
para que as pessoas não procurem o crime. Isso se consegue com cursos de
capacitação e outras opções”.
As outras
cidades brasileiras que também estão no ranking são: Maceió (6º), João Pessoa
(10º), Manaus (11º), Fortaleza (13º), Salvador (14º), Vitória (16º), São Luís
(23º), Cuiabá (28º), Recife (30º), Goiânia (34º), Curitiba (42º), Macapá (45º),
Belo Horizonte (48º) e Brasília (49º).
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