quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Energético com álcool eleva risco de acidente

Um em cinco universitários brasileiros mistura álcool com bebidas energéticas, o que aumenta a probabilidade de se engajarem em comportamentos de risco.

A combinação eleva em cinco vezes as chances de exagerar na bebida, triplica o risco de dirigir em alta velocidade e quadruplica o risco de envolvimento em acidentes com feridos.

A conclusão é de um estudo inédito da USP, que envolveu 8.672 universitários das 27 capitais que relataram ter bebido nos últimos 12 meses.

Entre eles, 78,9% reportaram apenas o uso de álcool e 21,1% disseram ter misturado álcool e energéticos --3.361 estudantes foram excluídos da análise por terem usado também drogas ilícitas. 

Nos EUA, pesquisas feitas pelo governo já apontaram um aumento no número de visitas ao pronto-socorro após o uso de energéticos.

O estimulante, com altas doses de cafeína (cada latinha equivale a três cafés expressos), mantém a pessoa acordada e com "pique" por mais tempo mesmo após o uso de bebida.

"Tomados com álcool, os energéticos podem mascarar os efeitos da bebida. A pessoa bebe mais sem perceber", diz o psicólogo Frederico Eckschmidt, pesquisador no departamento de saúde preventiva da USP e um dos autores do trabalho.

Ele explica que a combinação torna o sabor das bebidas mais doce, o que faz aumentar o consumo.

"Ela exacerba o efeito de desinibição comum ao álcool e reduz a sensação de embriaguez, sem diminuir o comprometimento real do álcool. Isso no trânsito pode representar um grande risco", afirma. 

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