Um dos principais acompanhamentos das refeições dos paraenses está ficando cada
vez mais raro no prato. A farinha de mandioca já pode ser encontrada custando
até R$ 8,00 o quilo. Em alta pelo 10º mês seguido, em fevereiro o reajuste foi
de 12,71% e a alta acumulada já chega a 130% nos últimos 12 meses. Enquanto
isso, a inflação do período ficou em apenas 6,77%. As informações são da última
pesquisa do Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos
Socioeconômicos). O preço é um dos maiores já verificados na história das
pesquisas da cesta básica no Pará.
O levantamento mostra ainda que o preço da farinha de mandioca tem
oscilado ao longo do tempo, em função de vários fatores, entre os quais as
situações de sazonalidade e também fatores ligados à comercialização.
O coordenador do Dieese, Roberto Sena, explica que, atualmente, a maioria
da produção ainda é feita de forma artesanal e familiar. Por outro lado, a
comercialização em grande parte em feiras e mercados municipais de todo o Pará
não é feita pelos produtores, mas sim por atravessadores que, de fato, são quem
ditam os preços. 'Este é um dos maiores problemas que envolvem a questão da
comercialização do produto, pois entre o produtor e o consumidor final, o preço
do quilo da farinha de mandioca mais do que dobra de preço, com isso, perde o
produtor que não consegue um preço justo pelo produto e perde o consumidor que
paga um preço abusivo pelo mesmo produto, como está acontecendo agora',
esclarece.
Esta situação pode facilmente ser observada no novo estudo do Dieese. Nos
últimos 12 meses, a alta foi quase generalizada no preço do produto, nas feiras
e supermercados da grande Belém. Em fevereiro do ano passado, o quilo da farinha
de mandioca foi comercializado, em média, a R$ 2,97. O produto encerrou o ano de
2012 a R$ 5,56.
O produto iniciou 2013 custando, em média, R$ 6,06 e, no mês passado
(fevereiro de 2013) estava R$ 6,83. Com isso, o reajuste no preço do quilo da
farinha de mandioca no mês passado ficou em 12,71%.
Nos dois primeiros meses de 2013 (janeiro e fevereiro), o produto
apresentou uma alta acumulada de preço de 22,84%, contra uma inflação de 1,44%.
Nos últimos 12 meses (março de 2012 a fevereiro de 2013), o reajuste acumulado
alcançou cerca de 130%, contra uma inflação de 6,77%, calculada para o mesmo
período.
As novas pesquisas efetuadas neste inicio do mês de março não mostraram
queda no preço do produto. Em alguns locais, o quilo da mesma já superou os R$
8,00.
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