sábado, 4 de fevereiro de 2012

“Olha pro céu, olha pro chão”

“carneirinho, carneirão, nerão,  nerão/olha pro céu, olha pro chão, pro chão, pro chão...”  Este é um estribilho de uma cantiga popular, que fora muito explorada pelos indivíduos de outrora, ainda na fase pueril. Esta brincadeira, dá-se com meninos e meninas meneando a cabeça para cima e para baixo,tal gingado possibilita o brincante(a criança) a presenciar a beleza natural do céu e a “beleza”artificial da terra(chão).


Hoje, em São Miguel do Guamá, já não se encontra o público infantil interessados a satisfazer o seu próprio ludismo, através da dinâmica da brincadeira, porque, infelizmente, se olharmos para o céu e para o chão, iremos perceber os contraste entre as duas dimensões.

Se pudéssemos passar a vida inteira olhando para o céu, iríamos, com certeza, contemplar a natureza divina, porque o céu é azul como as águas do oceano e nele também existe o branco, que se aproxima ao Manto de Nossa Senhora. No céu, as estrelas namoram e, através do eclipse, a lua faz amor com o sol. No céu, as andorinhas todas em revoadas espalham suas felicidades anunciando a chegada do verão.

Já no chão, em São Miguel do Guamá, é um verdadeiro inferno de Dante, pois só existe lama, crateras, poeira, lixo, urubus, mosquitos da dengue, ratos e baratas passeando pelos esgotos da cidade. Este cenário “horrendus” é fruto de uma administração incompetente e irresponsável, que não tem a sensibilidade humana de trabalhar em favor de uma população sofredora e esperançosa.

Assim, como seria gratificante aos guamaenses, se pudessem desfrutar de uma avenida ou rua asfalta; como seria louvável aos nossos filhos, se pudessem deleitar-se uma merenda escolar saborosa e nutritiva; como seria justo se o professor não tivesse que pagar para trabalhar, quando é obrigado a desembolsar quantias, de seu mísero salário, para a compra de seus instrumentos de trabalho, inclusive o pincel atômico e o giz; como seria moral e ético se a Gestora de São Miguel do Guamá não precisasse da ameaça da justiça para honrar com seus compromissos; como seria respeitoso se chegássemos à Secretaria de Educação e não ouvíssemos dos “servidores” que lá “trabalham” os seguintes enunciados: “não sei”, “estão ausentes.”

Por tudo isso, o que nos resta é apenas chorar, mas não vamos chorar, porque o choro é a manifestação da lamúria, portanto, cantemos, porque “quem canta, os males espantam”: “Bebida é água/ Comida é pasto! Você tem sede de que? Você tem fome de que? O povo guamaense, hoje, tem sede e fome de justiça; o povo guamaense tem sede e fome de dias melhores; o povo guamaense tem sede e fome de vê os direitos dos educadores adquiridos; o povo guamaense tem sede e fome ir às urnas e mudar definitivamente este governo, que é caracterizado pela falta de transparência, pelo regresso, pelo descaso, pela subversão e pelo desrespeito para com os munícipes.

Enfim, olhemos para o céu e contemplemos a beleza infinita que nele existe para que possamos nos refugiar de uma São Miguel abandonada e esquecida.

                                                                                                                                                  

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