Fraudes beneficiam dois ex-servidores da Alepa

O promotor de justiça Arnaldo Azevedo, do Ministério Público do Estado (MPE) do Pará, deve oferecer hoje nova ação criminal sobre as fraudes na folha de pagamento da Assembleia Legislativa do Pará (Alepa). Desta vez, os denunciados devem ser os ex-funcionários da Casa, Bruno Leal Fonseca e Bruna Nascimento Figueiredo. Segundo o MPE, a dupla tinha em seus contracheques diferença entre crédito bancário e folha de pagamento. O promotor deve convocar hoje a imprensa para detalhar o conteúdo da ação criminal.

Segundo o MPE, o crédito bancário dos dois funcionários era muito superior ao que constava na folha de pagamento emitida pela Alepa. Bruno, por exemplo, foi funcionário comissionado no gabinete do deputado estadual Gabriel Guerreiro (PV) de 2008 a 2010, onde recebia vencimentos de R$ 1,8 mil. No entanto, o MPE verificou que Bruno recebia muito mais do que isto, por meio de benefícios concedidos aleatoriamente, como triênios ou férias. Durante o período em que trabalhou na Alepa, Bruno deveria ter recebido, no total, R$ 10.610,54, mas o MPE verificou que o valor depositado na conta dele neste período foi de R$ 50.614,29 - uma diferença de cerca de R$ 40 mil.

O caso de Bruna é parecido. De acordo com o MPE, a funcionária trabalhou na Alepa de 2006 a 2010 como comissionada, e era vinculada ao gabinete do ex-deputado estadual Ítalo Mácola. O salário de Bruna seria de R$ 980 por mês, mas o MPE apurou que os depósitos na conta dela eram superiores aos que constavam na folha de pagamento da Alepa. Nos quatro anos em que trabalhou na Alepa, Bruna deveria ter recebido R$ 14.253.62, mas a cifra depositada na conta bancária dela no período chegou a R$ 312.253,62 - uma diferença de exatos R$ 298 mil. Havia meses em que Bruna recebia cerca de R$ 20 mil a título de triênios, por exemplo.