quinta-feira, 2 de junho de 2011

Em Tailândia, oito vereadores devem ser afastados

Notícias sobre as fraudes na Assembleia Legislativa do Pará (Alepa) vieram a tona e são veiculadas diariamente. Para indignação da sociedade, problemas e fraudes no poder público acontecem quase que em todas as localidades. No município de Tailândia, as irregularidades também são muitas. Na última quinta-feira (26), o Ministério Público Estadual protocolou uma ação civil pública de quase 100 páginas denunciado fraudes na Câmara de Vereadores do município.
 
 
Segundo o Ministério Público, foi pedido o afastamento de oito dos nove vereadores que integram a Câmara Municipal e que, no máximo até a próxima segunda-feira (6), esses políticos devam ser afastados. 'Mesmo sendo ré no processo, a única que não pedimos o afastamento foi da vereadora Maria Júlia Ferreira Selestrino, atual presidente da Câmara, pois entendemos que ela possa colaborar conosco no decorrer do processo', afirmou o promotor do MP no município, que pediu que o nome não fosse citado na reportagem.
 
 
Já os outros oito vereadores que completam o quadro da Câmara de Tailândia deverão ser afastados, de acordo com o pedido do MP. Eles são: Francisco Raulino Zimmermann, Rochael de Jesus Sobrinho, Adalto Felip Rodrigues, João Antônio Furtado, Antônio Lucival Peixoto de Oliveira, Antônio Vicente da Silva, Francisco Claudino Mendes e José Dário Oliveira Souza.

Denúncias - Segundo o MP, o mentor das fraudes seria o vereador Francisco Zimmermann, que foi presidente da Câmara no período de 2007 a 2010. Ele é acusado de fraudar um contrato de licitação do município em benefício da empresa Habitação Construtora LTDa, de sua propriedade. Ele assinava as ordens de serviço como presidente da Câmara e como responsável pela empresa.

Outro esquema denunciado no município está relacionado à compra de alimentos e combustíveis. Segundo a denúncia do MP, cada vereador possuía uma cota de R$ 2 mil para comprar em um supermercado, que inclusive já havia falido há 5 anos, e para gasto com combustível. A denúncia aponta que tanto os alimentos, quanto o combustível eram distribuídos para a população em troca de votos. Cerca de R$ 800 mil foram gastos com combustível no período de 2007 a 2010, sendo que a Câmara de Tailândia só conta com um veículo.
 
 
Pagamentos - A folha de pagamento dos vereadores também era organizada por Zimermann. De acordo com o Ministério Público, ele próprio sacava, em espécie, os valores referentes aos vencimentos dos vereadores e assessores da Câmara.



O uso de funcionários fantasmas também era recorrente. Várias pessoas eram contratadas como assessores de políticos, com salário de R$ 2.300, sendo que os 'laranjas' recebiam apenas R$ 300 e os outros R$ 2 mil ficariam para o vereador para qual o assessor trabalhava. De 2007 a 2010, R$ 421 mil foram gastos com diárias que não existiram. Viagens eram solicitadas para vereadores que nem chegavam a sair do município. O então presidente da Câmara solicitava pagamento das diárias e ficava com todo o dinheiro.


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