O terno de linho branco e os sapatos claros deram lugar ao terno de microfibra e aos sapatos escuros. O velho cavalo foi substituído pelas centenas de cavalos dos carros de luxo. Em vez do alpendre da casa grande, o palco dos encontros políticos agora são os palácios oficiais. O velho coronelismo, que vigorou do século XIX até o início dos anos 1930, pode ter se perdido em alguma imagem desbotada do passado. Mas ainda persiste em cores vivas na forma de fazer política país afora, sobretudo, no Nordeste, onde predominou.
É essa força que explica o fato de 14 dos 15 representantes da Paraíba terem parentes com mandato político, na avaliação de três estudiosos da história política paraibana ouvidos pelo Congresso em Foco: o promotor de Justiça e escritor Severino Coelho Viana, o historiador e professor da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) Paulo Giovani Antonino Nunes e o jornalista e analista político Biu Ramos.
“O coronel de hoje é um ‘galã de cinema’, que frequenta hotéis cinco estrelas, mas que no meio do povo age completamente diferente. Ele tem dupla personalidade. Uma coisa é quando ele se apresenta ao Congresso fazendo discurso, muitas vezes escrito por assessoria, como defensor da liberdade de imprensa e de expressão. Mas isso é da boca para fora, liberdade só interessa a ele enquanto não atinge o seu reduto político”, diz Severino Coelho, autor do livro A Vida do Cel. Arruda, Cangaceirismo e Coluna Prestes, entre outros.
É essa força que explica o fato de 14 dos 15 representantes da Paraíba terem parentes com mandato político, na avaliação de três estudiosos da história política paraibana ouvidos pelo Congresso em Foco: o promotor de Justiça e escritor Severino Coelho Viana, o historiador e professor da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) Paulo Giovani Antonino Nunes e o jornalista e analista político Biu Ramos.
“O coronel de hoje é um ‘galã de cinema’, que frequenta hotéis cinco estrelas, mas que no meio do povo age completamente diferente. Ele tem dupla personalidade. Uma coisa é quando ele se apresenta ao Congresso fazendo discurso, muitas vezes escrito por assessoria, como defensor da liberdade de imprensa e de expressão. Mas isso é da boca para fora, liberdade só interessa a ele enquanto não atinge o seu reduto político”, diz Severino Coelho, autor do livro A Vida do Cel. Arruda, Cangaceirismo e Coluna Prestes, entre outros.
Chicote aposentado
Na avaliação de Severino, o coronelismo mudou de roupa, trocou o meio rural pelo urbano e ganhou novo palanque com os veículos de comunicação, principalmente, as emissoras de rádio e TV, quase sempre vinculadas a políticos. Mas, para o promotor de Justiça, o velho mandonismo persiste. “Modificou o estilo, mas continua a existir. Não vemos mais o chicote, a carabina e o mandão direto. Mas ele atua de forma camuflada, com a compra de voto, com a oferta de emprego e remédio. Apenas o coronel de 1930 não é o mesmo do início do século 21.”
O coronelismo, lembra Severino, era baseado no tripé terra, família e agregados. Desses três componentes, a família é o que se manteve mais fiel às origens. “A terra já não tem mais aquele poder econômico que tinha nos anos 30. Hoje eles têm outra forma de conquistar, nas fábricas, nas empresas, nas rádios. Os agregados, que viviam em suas terras, hoje são os ajudantes, gente que serve para tudo. A família persiste, acima de tudo, para defender seus próprios interesses”, afirma. “É o carreirismo político, comparável com o coronelismo. Só era eleito aquele que era de sua família ou tivesse parentesco muito próximo”, acrescenta.
Fonte: Congresso em Foco
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