Após sete horas em mesa de negociação, em reunião iniciada na manhã 
desta quarta-feira (18), na sede da Secretaria de Estado de 
Administração (Sead), o Governo do Pará, representado pelo secretário de
 Estado de Segurança Pública e Defesa Social, Luís Fernandes, e pela 
titular da Sead, Alice Viana, apresentou proposta ao Sindicato dos 
Servidores da Polícia Civil (Sindpol) que pôs fim à greve dos 
investigadores, escrivãs, papiloscopistas e motoristas policiais.
Em
 acordo celebrado e aceito em assembleia geral da categoria, o retorno 
ao trabalho será imediato, e os 23 dias parados não serão descontados. 
Haverá compensação da jornada de trabalho, com escala a ser discutida em
 reunião específica entre o sindicato e a administração da Polícia 
Civil.
Segundo Alice Viana, a pauta da categoria não
 pode ser atendida em sua totalidade devido às limitações orçamentárias 
do Estado, que compromete, atualmente, 47% da receita corrente líquida 
com pagamento de pessoal, ultrapassando o limite prudencial (de 46,17%) e
 próximo ao limite máximo (de 48,6%) imposto pela Lei de 
Responsabilidade Fiscal (LRF).
"Ainda que não se 
tenha condições de conceder à categoria o que ela considera ideal em uma
 realidade de curto prazo, pelo menos viabilizaremos essas condições 
para atendermos a médio e longo prazo", disse a secretária. Segundo ela,
 o crescimento da receita própria do Estado foi de 24%, e o das despesas
 com pessoal, em três anos, chegou a 52%.
Esses 
resultados, segundo Alice Viana, são “fruto de uma política de 
remuneração estabelecida que não tem deixado acumular perdas salariais 
em decorrência da inflação, não atrasa os pagamentos, incluindo o 13º, 
assegura o reajuste do salário mínimo, abrangendo os praças e ainda os 
policiais civis, e a implementação do piso nacional do magistério", 
destacou.
Avanços – De forma 
escalonada, a principal reivindicação da categoria – referente ao abono 
salarial – foi atendida. O abono, no valor de R$ 540, será incorporado 
ao vencimento-base, sendo 10% em novembro de 2014; 30% em 2015; 30% em 
2016 e o restante em 2017. A incorporação abrange, também, de forma 
isonômica, os motoristas policiais e os auxiliares técnicos de polícia.
A
 gratificação por risco de vida subirá de 70% para 80%, a partir de 
março de 2014. Os policiais que têm nível superior receberão 
gratificação por escolaridade da ordem de 80% sobre o vencimento-base, e
 o governo estenderá o benefício aos que adquirirem a formação ao longo 
da carreira. Em função disso, o Estado propõe uma bolsa-auxílio no valor
 de R$ 300, mediante comprovação de matrícula em instituição de ensino 
superior, em cursos reconhecidos pelo Ministério da Educação (MEC).
Ainda
 como parte da proposta, será elaborado um projeto de lei que assegura 
as progressões automáticas na carreira e ainda o direito dos policiais 
que estavam no quadro suplementar. "O abono deixou de ser sonho para se 
tornar uma realidade", disse o diretor jurídico do Sindipol, Pablo 
Farah. “O reconhecimento dos motoristas, a complementação pecuniária na 
gratificação por escolaridade, a bolsa formação, a progressão funcional 
que vai ser ampliada em todos os servidores – isso deve, sim, ser 
aplaudido", ressaltou.
 

 
 
Nenhum comentário:
Postar um comentário