Segundo estimativas da Empresa de Assistência Técnica e Extensão
Rural do Estado do Pará (Emater), o município de Capitão Poço, no
nordeste do estado, deve produzir 180 mil toneladas de laranja na safra
deste ano. O período de colheita já começou e se estende até janeiro de
2014. No município, cerca de mil agricultores se dedicam à cultura,
sendo que a maioria da produção se concentra na mão da agricultura
familiar.
A laranja de Capitão Poço, maior produtor do fruto no norte do
Brasil, hoje chega aos estados do Pará, Maranhão, Piauí Amazonas e
Amapá, que consomem o fruto, da variedade pera, in natura, além de São
Paulo, onde a laranja paraense abastece as indústrias de suco. Por conta
da super oferta, hoje cada tonelada da laranja no município é
comercializada a R$ 18, valor que deve subir até 40% a partir do mês de
novembro.
Segundo dados da Emater, por cada hectare de laranja plantada em
Capitão Poço, são colhidas cerca de 18 toneladas de fruto, um número
considerado ainda baixo. Para mudar essa realidade, a Emater orienta a
realização de tratos culturais e o manejo adequado da lavoura, o que
proporciona a diminuição de 30% de gastos e pelo menos 15% no incremento
da produção.
Em pouco menos de dois anos, a utilização de medidas alternativas,
como o manejo adequado da vegetação nativa e a roça de forma alternada
na lavoura tem ajudado a eliminar pragas e doenças e melhorado na
qualidade do fruto, inclusive na aparência.
“Nossa laranja tem qualidade, bom sabor e menos acidez, mas a adoção
de práticas erradas afeta diretamente na produtividade da planta e na
aparência do fruto. Isso tem reflexo diretamente no mercado. Atender as
indicações do técnico é fundamental”, disse Jerry, técnico da Emater.
Só em Capitão Poço, onde a laranja é a maior fonte de economia, gera
50 milhões de reais e 30 mil empregos diretos e indiretos
temporariamente, ou seja, quase 60% da população do município, que
segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é de
52 mil habitantes.
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