O representante do PMDB no grupo que discute a reforma política na Câmara,
Marcelo Castro (PI), afirmou nesta quarta-feira (17) que há temas
importantes que são "praticamente consensuais", como mandatos de cinco
anos sem direito a reeleição e fim das coligações.
"Consultei os representantes de todos os partidos que formam o grupo, e
alguns temas são consensuais, consolidados, podem ir direto a votação,
como é o fim da reeleição, a coincidência das eleições, os mandatos de
cinco anos para todos os eleitos e o fim das coligações proporcionais,
que é a própria negação dos partidos", disse.
Questionado sobre a aceitação do PT ao fim da reeleição, o deputado
disse que não saberia dizer o que o partido da presidente Dilma Rousseff
iria propor no grupo, mas falou que há uma ampla maioria interessada em
acabar com a reeleição, o que dá força à tese.
"Não sei a definição do PT, mas quem criou a reeleição foi o PSDB, que é
o partido que defende agora o fim. Os prefeitos que estiveram aqui na
semana passada, segundo a CNM [Confederação Nacional dos Municípios],
são contra a reeleição. Nem os mandatários querem, porque é um desgaste
fora do normal, com corrupção eleitoral, denúncias. É tema praticamente
consensual, amplamente majoritário", afirmou Castro.
O maior entrave que o grupo deve enfrentar, segundo ele, é sobre o
sistema de votação, que estaria longe de um consenso. "Eu fiz uma
consulta a 100 deputados, e a conclusão é que ficamos contra todos os
sistemas. Não somos a favor do atual, do proporcional, do voto de lista.
Nenhum tem maioria. O que estamos admitindo é conjugar dois ou três
sistemas", afirmou, defendendo que a reforma só passe a valer em 2018.
"Haveria um tempo de transição, adaptação."
O representante do PP, Espiridião Amin (SC), porém, afirmou que a
discussão em torno de questões polêmicas não será tão simples e
consensual como prevê o deputado peemedebista.
"Todos concordam que a reforma é necessária, todos querem fazer, mas
cada um tem a sua reforma política. Tudo é conflito. Não podemos
esquecer que há um desejo de sobrevivência dos parlamentares que aqui
estão, e dos partidos que vão fazer suas defesas até mesmo ideológicas.
Será um debate intenso, e a previsão mais otimista que posso ter é que
essa reforma valerá para 2016."
Nenhum comentário:
Postar um comentário