A capa da última edição da revista britânica "Economist", uma das mais influentes entre as publicações econômicas, mostra os Brics (Brasil, Rússia, Índia e China) se afundando na lama.
Com o título "A grande desaceleração", a matéria fala que os países emergentes já não seguram o crescimento da economia mundial, como ocorreu na década passada.
Em 2009, a revista publicou edição sobre o Brasil com o título "O Brasil decola', em que o Cristo Redentor sobe ao céu como um foguete.
Já na de 2013, a ilustração da capa mostra quatro corredores, representando os Brics, em uma pista de lama e afundando pouco a pouco enquanto correm. O Brasil é o mais afundado.
Segundo a reportagem, os emergentes não apresentarão mais taxas de crescimento anual de dois dígitos, como a China, durante os anos 2000. A caminhada será mais lenta, o que não significa, diz a publicação, que os países entrarão em recessão.
O modelo baseado em grandes investimentos e exportações volumosas parece ter se esgotado na China, afirma a revista, devido ao envelhecimento e enriquecimento da população, que dificulta a exploração da mão de obra barata, como era feito até então.
Sobre o Brasil, a revista aponta que o país cresceu apoiado no "boom" das commodities e no estímulo ao crédito, mas que agora passa por um momento de inflação alta e crescimento alto.
Processo similar é observado na Índia e Rússia. Por fim, a reportagem destaca que, depois de fracassarem tentando implantar o modelo econômico neoliberal, o crescimento dos Brics referendou o "capitalismo de Estado". Agora, sugere a revista, a "necessidade de crescimento pode reviver o liberalismo e, assim, o Ocidente pode resgatar um pouco de sua auto-confiança".
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