domingo, 7 de julho de 2013

Anderson Silva foi derrotado pelo ego

Anderson Silva lutou e perdeu para o seu ego.
 
O que ele fez esta noite em Las Vegas foi desrespeitoso.

Para sua carreira brilhante, para os fãs, para Cris Weidman.

O melhor lutador de MMA de todos os tempos virou o fio.

Resolveu brincar, baixou a guarda, chamou, provocou.

Fingiu ter tomado socos.

A tolice durou seis minutos e 18 segundos.

Foi quando Weidman acertou um gancho potente de esquerda.

Acertou a ponta do queixo.

O desconectou da realidade.

Com a guarda baixa foi fácil demais.

O brasileiro desmoronou de verdade.

O americano ainda acertou quatro socos para fechar de vez a luta.

O árbitro Herb Dean viu que o campeão estava nocauteado.

Encerrou a luta.

Depois de sete anos, o cinturão deixava de ser de Anderson Silva.

O nocaute foi fruto da pura arrogância.

Sua postura no ringue foi punida pelo exagero.

Ele já havia feito a mesma coisa com Demian Maia.

Foi no UFC 112, quando Dana White levava o evento para o Oriente Médio.

Foram cinco rounds de provocação em Abu Dhabi.

A diferença foi que Demian se intimidou e não acertou Anderson.

Acabou sendo uma das mais lamentáveis lutas de todos os tempos.

Dana White chegou a pensar em dispensar Anderson.

Mas não teve como, já que era o seu melhor lutador.

O grande vendedor de pay-per-view.

Fez o máximo que pôde, o fez lutar com Chael Sonnen.

O pior lutador para o seu estilo.

Foi um sofrimento para Anderson vencer.

Arrumou um triângulo no final do último round.

Isso depois de apanhar a luta toda.

A vitória foi histórica.

Ele parecia invencível.

O fato de ser o melhor lutador de MMA do mundo subiu à cabeça do brasileiro.

Virou corriqueiro ele baixar a guarda.

Foram várias lutas.

Parecia que estava brincando de roleta russa.

Mas em Las Vegas, foi além do bom senso.

Ele estava irritado com muitos lutadores apostando na sua derrota.

Diziam que Weidman era Sonnen mais novo e com mais potência.

Por isso tanto teatro.

Desde a pesagem.

Ele não se respeitou como campeão.

Encostando os lábios no desafiante apenas para não desviar o olhar.


Anderson estava exagerado no combate.

Entrou para humilhar o norte-americano.

Ficou mais irritado quando ele o conseguiu colocar no chão no início do primeiro assalto.

A partir daí, baixou a guarda e o ficou provocando.

"Treinei muito na minha academia.

Sabia que ele faria isso.

E pedi para vários lutadores fazerem a mesma coisa.

Eu tinha certeza que iria acertar o Anderson.

Acertei", comemorava o novo campeão.

A derrota de Anderson é péssima para o UFC.

Acabou o charme, a expectativa.

Apesar de ter até ontem quatro derrotas, ele nunca havia perdido no evento.

Foram 17 lutas.

10 defendendo seu cinturão.

Esse histórico fazia com que Dana White articulasse duas super lutas.

A primeira contra George Saint-Pierre.

E a segunda diante de Jon Jones.

A derrota quebra o encanto, o entusiasmo.

Anderson estava claramente constrangido após o combate.

Falou coisas sem nexo.

Como que não queria saber de revanche contra Weidman.

Que iria pensar no seu futuro com a família.

Falou que estava cansado.

E deixou no ar a possibilidade da aposentadoria.

Pura bobagem.

Ele tem um contrato de mais dez lutas no UFC.

Com multa milionária se o contrato for rompido.

Fisicamente, Anderson não tem problema algum.

Mesmo com a derrota, o brasileiro embolsará perto de US$ 1,6 milhão.

Ou seja, cerca de R$ 3,6 milhões.

Valores divulgados pela Comissão Atlética de Nevada.

O novo campeão além de entrar para a história ganhou o nocaute da noite.

Victor Belfort já pediu pelo twitter o direito de enfrentar o americano.

Ele sabe que apesar das dez lutas e dez vitórias, Weidman é um lutador normal.



Não é um fenômeno.

Apenas se aproveitou do ego gigantesco de Anderson Silva.

Mas Dana White já espalhava em Las Vegas.

Ele quer a revanche entre Anderson e Weidman.

O presidente do UFC e o mundo sabem que o nocaute foi fruto de uma estupidez.

De um campeão brincando de ser Cassius Clay.

E esquecendo de lutar.

Foi um vexame inesquecível.

Completamente evitável.

Lição para os esportistas que não levam a sério o adversário.

Anderson não tinha o direito de fazer isso.

Não com Weidman, mas com ele mesmo.

Lutou, trabalhou muito, sofreu demais para ser o melhor lutador de MMA.

E por uma insana arrogância, coloca tudo a perder.

Já havia conseguido se tornar um ídolo no Brasil.

Só ficando atrás de Neymar, Pelé Ronaldo, Ronaldinho Gaúcho.

O legado que deseja deixar para seus fãs não pode ser o que houve ontem.

Quando por menosprezo perdeu o cinturão dos médios.

Ele tem a obrigação de continuar a carreira.

E lutar sério.

Mas faça o que fizer, a mancha ficará para o resto da vida.

A noite em que em vez de lutar resolveu brincar, menosprezar o adversário.

E encontrou o punho esquerdo de Weidman no seu queixo.

Foi o momento em que voltou a perceber que é humano.

Não é o Homem Aranha, o Bruce Lee, um personagem do Steven Seagal.

É o brasileiro Anderson da Silva.

Que tem um dom espetacular para lutar.

Mas que foi vencido ontem pela arrogância, pela prepotência.

O cruzado no queixo veio do seu próprio ego.

Ele mereceu o nocaute.

Ficar sem o cinturão.

Que, de agora em diante, saiba ser um esportista e volte a lutar de verdade.

Respeitando seus oponentes.

Seus fãs, seus treinadores, Minotauro.

E principalmente a si mesmo.


Passou vergonha porque quis...

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