O ministro da Saúde, Alexandre Padilha (PT), se tornou o foco da artilharia
tucana ao transferir seu título de eleitor para São Paulo. No Palácio dos
Bandeirantes, ele já é visto como o adversário do governador Geraldo Alckmin
(PSDB) na eleição de 2014.
Padilha votava em Santarém (PA), mas registrou seu domicílio eleitoral na
capital paulista, como informou a coluna "Painel" desta quarta-feira. O ministro
atribuiu a mudança às eleições internas do PT, marcadas para novembro.
"Minha casa é em São Paulo, e para poder votar internamente no PT de São
Paulo, tem que participar de três atividades no diretório onde mora", afirmou na
quarta-feira.
Os tucanos interpretaram a transferência como a consolidação de seu nome como
pré-candidato e avaliaram a notícia de duas maneiras. Primeiro, com alívio.
Pesquisas internas mostravam que, entre os nomes do PT, era o do ministro da
Justiça, José Eduardo Cardozo, o que hoje oferecia mais perigo a Alckmin. Ele
incorpora as críticas à segurança, tema muito sensível à gestão do tucano.
Aliados do governador, contudo, admitem que Padilha tem mais apoio dentro do
PT e boa interlocução com prefeitos do interior --seara de melhor desempenho de
Alckmin até aqui.
Na Assembleia Legislativa, por exemplo, o governo acredita que os 22
deputados petistas sejam pró-Padilha. O ministro também é próximo de dirigentes
do PP e PR, siglas que estão na mira do governador para 2014.
Ainda assim, os tucanos acreditam que o ministro terá dificuldades por ocupar
uma pasta mal avaliada.
Petistas admitem que esse é um dos pontos fracos do ministro. Por isso
buscarão enfatizar os investimentos federais no Estado.
Outra ponderação feita no PT é que, embora prefira Padilha a Cardozo, o
ex-presidente Lula, a quem cabe a última palavra sobre a candidatura, não está
totalmente convencido de que ele seja o melhor nome, por não ter ainda uma marca
na Saúde.
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