A Interpol (polícia internacional) solicitou nesta sexta-feira a detenção do ditador líbio, Muammar Gaddafi, seu filho Saif al-Islam e o seu cunhado Abdallah al-Senusi, em resposta ao pedido do Tribunal Penal Internacional (TPI), que investiga denúncias de crimes contra a humanidade.
"O pedido do promotor [do TPI] Luis Moreno Ocampo a Interpol de emitir um alerta vermelho restringirá significativamente as possibilidades destes três homens de cruzar as fronteiras e será uma ferramenta importante para ajudar a localizá-los e capturá-los", afirma um comunicado da organização policial internacional assinado por seu secretário-geral, Ronald K. Noble.
"Interpol cooperará e assistirá o TPI e às autoridades líbias representadas pelo Conselho Nacional de Transição (CNT) para deter Muammar Gaddafi", diz o comunicado.
Ontem, a procuradoria do TPI, em Haia, na Holanda, pediu à Interpol que emitisse um mandado de busca dos três homens fortes da Líbia.
A corte já pedira em 27 de junho passado a prisão dos três, por crimes contra a humanidade, assassinato e perseguição. Os três líbios são suspeitos de terem comandado a violenta repressão às revoltas populares no país.
O promotor do tribunal, Luis Moreno-Ocampo, explicou que o alerta vermelho tem como fim a prisão provisória de uma pessoa procurada para extradição ou transporte para uma corte internacional.
Para Moreno-Ocampo, eles formavam um triângulo fundamental do regime líbio, que tem em Gaddafi sua "autoridade absoluta", em Saif o "primeiro-ministro de facto" e em Senusi a "mão direita" e executor dos crimes.
"Estes são crimes que não serão ignorados pela comunidade internacional", afirmou Ocampo, que informou que a Procuradoria continua suas investigações sobre a Líbia.
Nos últimos dias, surgiram rumores sobre a possível fuga de Gaddafi e de alguns de seus aliados da Líbia para o Níger, mas o ditador negou em mensagem de áudio difundida pela TV síria Al Rai.
O secretário-geral do Congresso Popular da Líbia, Mohamed Quasim Zwai, disse em entrevista à emissora de TV Al Jazeera que o Gaddafi fugirá do país em algum momento durante o conflito.
Zwai está sob custódia do CNT (Conselho Nacional de Transição) desde que se entregou em busca de proteção. "Claro que acredito que ele tenha planejado ir para outro país. Talvez África do Sul, talvez outro lugar", disse.
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