O ministro da Agricultura, Wagner Rossi, pediu demissão no início da noite desta quarta-feira (17), após semanas consecutivas de denúncias de irregularidades na pasta que comandava.
A carta de demissão foi publicada no site do ministério. Na carta, Rossi agradeceu a "confiança" que recebeu da presidente Dilma Rousseff e classificou de "mentiras" as denúncias contra ele. Disse que teve familiares e amigos atacados. "Minha família é meu limite. Aos amigos tudo, menos a honra", afirmou.
Ele atribuiu a "campanha" contra ele a "um político brasileiro", que não identificou quem é.
"Sei de onde partiu a campanha contra mim. Só um político brasileiro tem capacidade de pautar 'Veja' e 'Folha' e de acumular tantas maldades fazendo com que reiterem e requentem mentiras e matérias que não se sustentam por tantos dias", disse.
Na carta, Rossi relaciona as medidas e ações que adotou no ministério, mas ressalvou que durante os últimos 30 das enfrentou "uma saraivada de acusações falsas, sem qualquer prova, nenhuma delas indicando um só ato meu que pudesse ser acoimado de ilegal ou impróprio no trato com a coisa pública".
O ministro se disse vítima de uma "campanha insidiosa" e afirmou que a imprensa ignorou "solenemente" as respostas e documentos comprobatórios que apresentou a cada acusação.
"Nada achando contra mim e no desespero de terem que confessar seu fracasso, alguns órgãos de imprensa partiram para a tentativa de achincalhe moral: faziam um enorme número de pretensas “denúncias” para que o leitor tivesse a falsa impressão de escândalo, de descontrole administrativo, de descalabro", escreveu.
Sem mencionar nomes, Rossi disse que houve tentativa de chantagem de colaboradores acusados de irregularidades, que, segundo afirmou, seriam poupados se fizessem denúncias contra ele.
Sobre a presidente Dilma Rousseff, a quem chamou de "querida", o ministro diz confiar que o governo "supere essa campanha sórdida e possa continuar a fazer tanto bem ao nosso país".
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