Em suas palavras, o presidente Hugo Chávez trava uma "verdadeira batalha" pela saúde depois de descoberto o câncer. Mas, a julgar por seu primeiro dia em Caracas após quase um mês em Cuba, o venezuelano já está perto de recuperar a velha forma.
No tradicional uniforme militar, Chávez não só falou por mais de 30 minutos - "o tempo que os médicos permitiram" - à multidão que se aglomerou do lado de fora do Palácio Miraflores, como cantou o hino nacional e gritou seus lemas mas tradicionais. Em tom triunfalista, ele prometeu "vitória", disse já estar trabalhando, mas admitiu que ainda não está curado.
- Estou comendo como nunca e estou acordando às 5h da manhã para trabalhar, (mas) não pensem que minha presença aqui significa que ganhamos a batalha. Começamos a vencer o mal que se incubou em meu corpo - afirmou Chávez, em discurso transmitido em cadeia nacional. - Ganharemos juntos, mesmo que a natureza se oponha.
Sobre o tratamento, novamente evitou entrar em detalhes. De novidade, disse que a segunda operação que realizou em Havana, após a retirada de um abscesso pélvico em 10 de junho, durou seis horas e aconteceu no último dia 20.
- Depois da segunda cirurgia, entrei em tratamento intensivo. Se vocês me vissem há dez dias, não acreditariam. É quase um milagre - continou o presidente venezuelano, entre os milhares de partidários, quase todos vestidos de vermelho, na véspera do início das festas pelo Bicentenário venezuelano.
Até agora, o governo venezuelano não informou que tipo de câncer sofre Chávez, nem apresentou um diagnóstico assinado pelos médicos venezuelanos e cubanos que estão cuidando da saúde do presidente.
Há nove anos, Chávez derrotou uma tentativa de golpe de Estado e foi recebido no Palácio Miraflores como um herói. Nesta segunda, o presidente se esforçou para vender a imagem de lutador, mas desta vez contra outro adversário: o câncer.
- Até a vitória sempre. Nós viveremos. Viva a Venezuela - encerrou Chávez.
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