Como reflexo da popularização da internet, a mobilização online em torno das eleições de 2010 foi muito maior que em 2008.
Além disso, a briga pelos votos dos eleitores que acessam frequentemente a web foi mais acirrada, conforme constata o estudo Eleições no Brasil em 2010: comparando indicadores político-eleitorais em surveys e na internet, que o IBOPE Inteligência e o IBOPE Media apresentaram juntos no IV Congresso Latino Americano de Opinião Pública da Wapor (World Association of Public Opinion Research), em maio deste ano.
O estudo realizou uma análise dos resultados de intenção de voto e sua relação com o acesso e o uso da internet em 14 pesquisas de opinião divulgadas entre 30 de junho e 30 de outubro de 2010.
Nesse levantamento, foi observado que cerca de 25% dos eleitores fazem uso da internet cotidianamente, o que representa aproximadamente 27 milhões de brasileiros.
Entre os eleitores internautas, Dilma e Serra mantiveram-se empatados até meados de agosto e, embora a partir deste ponto a candidata petista tenha aberto vantagem sobre seu principal adversário, a diferença se manteve num patamar muito menor que o observado no eleitorado com um todo.
Na passagem do 1º para o 2º turno, a posição relativa dos dois principais candidatos se inverteu e, na pesquisa divulgada em 13 de outubro, Serra abriu 9 pontos percentuais de vantagem sobre a candidata Dilma, mantendo esta liderança até a semana seguinte (20 de outubro), mas perdendo-a no último período analisado, quando a petista recuperou a liderança das intenções de voto com 6 pontos percentuais acima do candidato do PSDB.
Outro aspecto importante da disputa eleitoral neste grupo de eleitores que utilizam a web com frequência é o melhor desempenho da candidata Marina Silva, que, durante toda campanha eleitoral do 1º turno, manteve-se acima de 10% das intenções de voto e chegou às vésperas da eleição com o apoio de cerca de 20% do eleitorado usuário de internet.
Tais resultados indicam que entre os eleitores com acesso e uso diário da rede, a disputa eleitoral pela Presidência em 2010 foi mais competitiva que entre os eleitores não-conectados, sugerindo uma mobilização mais intensa em torno das candidaturas por parte dos cidadãos que utilizam a webcotidianamente.
Foi observado ainda que Dilma teve uma intenção de voto menor no grupo de eleitores que acessavam a internet diariamente, ao passo que José Serra e Marina Silva experimentaram o contrário.
Entre os eleitores usuários cotidianos da web, o desempenho destes candidatos foi, em geral, superior ao observado na média dos eleitores, com destaque para a candidata do PV, que obteve entre os internautas uma intenção de voto de 4 a 8 pontos percentuais acima da encontrada entre os eleitores em geral.
(eBand)
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