É difícil imaginar uma liderança política ou ocupante de cargo público que não aponte a pesquisa científica na Amazônia como uma ação estratégica para o Brasil. A realidade tem mostrado, contudo, que a região é prioridade apenas na retórica.
Quando o assunto é a distribuição de recursos para pesquisa, os Estados do Norte têm ficado sempre com os últimos lugares da fila.
Dados do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), um dos principais financiadores da pesquisa no Brasil, dão a dimensão da desigual distribuição das verbas para o setor no País. No ano passado, os sete Estados do Norte receberam apenas 4,7% de todo o investimento do CNPq. A notícia é ruim e fica ainda pior quando comparada aos dados de 2008. Naquele ano, a região abocanhou 5,4% do investimento. A comparação mostra que houve queda na participação da região no bolo dos recursos.
“Isso demonstra a fragilidade da política. Em dois anos, a região perdeu quase um ponto percentual. Os 5,4% já eram pouco e o sistema ainda foi capaz de diminuir essa participação em vez de crescer”, diz o pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da Universidade Federal do Pará (UFPA), Emmanuel Tourinho.
Em 2010, os investimentos do CNPq somaram R$ 1,6 bilhão. A região Norte ficou com apenas R$ 72 milhões. A maior fatia dos recursos se concentra na região Sudeste, que recebeu 53% do total, seguida pelo Sul (17,3%) e Nordeste, que ficou com 16,6%. A falta de dinheiro compromete a qualificação dos pesquisadores e sem pessoal qualificado fica ainda mais difícil buscar financiamento, um círculo vicioso que pró-reitores de Pesquisa da região querem romper.
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