Uma rixa e uma suposta dívida referente ao tráfico de drogas teria sido a motivação para Alison Florencio de Figueiredo, 21 anos, matar seu companheiro de cela, Raimundo Nonato Carvalho Rocha, 48 anos. O crime ocorreu por volta de 1h de ontem (14) dentro do xadrez da seccional de Marituba. Equipes da Ronda Tática Metropolitana (Rotam) foram acionadas para conter os demais presos durante a perícia e remoção do corpo de dentro da cela.
Foi durante a condução de um preso, acusado de tráfico de drogas, para as celas do xadrez da seccional que os policiais foram comunicados por outros presos da morte de Raimundo. Foi solicitado apoio de outros policiais do plantão para confirmar a morte de Nonato. Assim que entraram na cela, Alison assumiu a morte do detento.
Alison foi apresentado ao delegado Eliezer Machado, que estava no plantão da seccional. Ao delegado, em depoimento, o acusado deu detalhes sobre as razões que o levaram a matar o companheiro de cela.
“Começou com uma discussão ontem (anteontem) à tarde. Ele me devia e eu devia a ele. Ele mandou 5 caras me matarem e me deram 5 tiros no ano retrasado, aqui mesmo em Marituba”, contou.
Assassino confessou friamente o crime
Alison disse que está preso a cerca de um mês e meio na Seccional de Marituba, acusado do crime de tráfico de drogas. Alguns dias atrás Raimundo Nonato também foi preso, após o juiz Arielson Ribeiro de Lima, da 3ª Vara Penal de Marituba decretar a prisão preventiva dele. Raimundo respondia processo na Justiça pelo crime de estupro e estava aguardando o julgamento em liberdade. “Mas os presos não sabiam que ele respondia por este crime”, ressaltou o delegado Eliezer.
Mas ao entrar na cela do xadrez, Alison e Raimundo se reconheceram e desde então recomeçaram os desentendimentos e as cobranças de dívidas mútuas.
“Ele me reconheceu e tá todo mundo ‘argolado’ (apertado) aqui. Há três semanas não tem transferência e eu ‘assumi’ (matei) ele. Ele falou que se eu não o matasse, ele me mataria”, alegou o acusado.
O delegado Eliezer perguntou para Alison como ele procedeu para executar o desafeto. “Matei ele enforcado. Fiz uma corda, uma ‘Tereza’ (corda improvisada com pedaços de roupas ou lençóis). Era uma hora da manhã, eu acho. Trouxeram um preso pra cela e ele já estava morto. Outros quatro presos viram quando eu matei ele”.
O delegado perguntou ainda se Alison não quis dar apenas um susto na vítima ou se ele pretendia realmente matá-lo. A resposta de Alison foi curta e fria. “Não. Eu fui para matá-lo mesmo”.
Para o delegado Machado, é pouco provável que Alison tenha agido sozinho, pois a vítima tinha compleição física maior que o acusado, que é um homem de corpo franzino.
Diante da confissão de Alison, o delegado decidiu autuá-lo pelo crime de homicídio. Na cela havia 21 presos, sendo que um foi assassinado, o outro autuado por homicídio e os demais 19 pelo crime de co-autoria do crime. Na tarde de ontem, 7 deles foram transferidos para o Sistema Penal.
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