domingo, 20 de março de 2011

Gaddafi diz estar preparado para "longa guerra"

O ditador líbio, Muammar Gaddafi, desafiou neste domingo o Ocidente e assegurou que o país está preparado para uma "longa guerra" contra as forças aliadas.

A Líbia foi alvo neste sábado de ataques das forças da França, Estados Unidos e Reino Unido, que tiveram como alvo as forças de Gaddafi em Benghazi, reduto rebelde no leste, e mais de 20 alvos do sistema integrado de defesa aérea no oeste.

Os ataques foram a primeira fase da operação Aurora da Odisseia, criada para proteger os civis líbios e impor uma zona de restrição aérea na Líbia, aprovada na quinta-feira (17) pelo Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas).

Em mensagem de voz transmitida pela televisão estatal líbia, Gaddafi mostrou que não está disposto a se render diante do poderia militar internacional e prometeu uma vitória contra o que qualificou como "o novo nazismo".

Ele afirmou ainda que os líderes dos EUA, França e Reino Unido "cairão como [Adolf] Hitler e como [Benito] Mussolini", os ex-ditadores da Alemanha e da Itália. "Todos os tiranos caem sob a pressão das massas populares", afirmou, em uma frase que se encaixaria bem na situação que ele próprio vive na Líbia.

"Nós somos os vitoriosos, vocês são os vencidos. Jamais abandonaremos o campo de batalha, pois defendemos nossa terra e nossa dignidade", assegurou Gaddafi.

O ditador líbio voltou a dizer que está armando todos os líbios para lutarem. A Líbia, alertou, se prepara "para uma longa guerra", com "paciência ilimitada e fé profunda" que as forças aliadas não poderão enfrentar.

Gaddafi disse ainda que nunca permitirá que o Ocidente tome posse e explore o petróleo líbio.

Ele lançou ainda um alerta de que vai liquidar "qualquer traidor ou colaborador da coalizão militar internacional".
navios dos EUA e do Reino Unido lançaram um amplo ataque contra as bases de defesa aérea no oeste da Líbia, onde estão concentradas as forças de Gaddafi. Os alvos incluem bases de ataque de mísseis terra-ar e os sistemas de comunicação das Forças Aéreas. O primeiro ataque foi lançado às 16h e, no total, 112 mísseis foram lançados.

"A maior parte das forças do governo líbio fica nesta região. Foram escolhidas bases que representam ameaça direta ou estavam sendo usadas para atacar o povo líbio", disse o porta-voz do Pentágono, almirante Bill Gortney, neste sábado.

O objetivo primário era destruir a defesa de Gaddafi contra os aviões militares que entrarão nas próximas etapas da operação, que tem como objetivo final impor a zona de exclusão aérea no país. "Nossa missão é desenhar o espaço de batalha para que nossos parceiros possam executar [a operação]", resumiu.

Gortney diz ainda que a operação visa ainda a evitar ataques das forças do governo contra os rebeldes da oposição e civis, "principalmente em Benghazi".

POR AR

Também no sábado, um caça francês lançou o primeiro ataque internacional contra as forças de Gaddafi. O alvo foi um veículo militar líbio, segundo o Ministério de Defesa francês. O porta-voz do ministério, Thierry Burkhard, disse que o ataque foi lançado às 16h45 GMT (13h45 em Brasília), quando o jato atirou contra o veículo militar.

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