A Justiça condenou à prisão um grupo de 22 pessoas, 11 delas policiais civis e militares, acusadas de integrar a máfia que explorava máquinas caça-níqueis em Guarulhos (Grande São Paulo), segunda maior cidade paulista.
As penas de prisão foram aplicadas pelo juiz Clávio Kenji Adati, da 5ª Vara Criminal de Guarulhos, e variam de seis a 25 anos. Os réus podem recorrer.
A maior parte dos condenados está presa há um ano, quando o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), do Ministério Público Estadual, e a Corregedoria da Polícia Civil fizeram uma operação contra o esquema.
AVISO
Os policiais civis (oito) e militares (três, um deles da reserva) foram considerados culpados da acusação de cobrar propina para avisar donos de máquinas caça-níqueis sobre operações policiais em Guarulhos e, com isso, evitar apreensões e prejuízos ao jogo ilegal.
À época da chamada operação 11 de Setembro, que terminou com a prisão dos policiais acusados, em 2009, a Secretaria da Segurança Pública a tratou "como a maior operação da Corregedoria da Polícia Civil".
A investigação sobre a máfia do jogo ilegal começou em dezembro de 2008, quando um montador de caça-níqueis resolveu denunciar o esquema por ter sido ameaçado de morte pelos donos das máquinas.
À Promotoria o montador apresentou uma radiografia detalhada sobre quem pagava e quem recebia propina para permitir o jogo ilegal.
A partir de endereços e telefones, escutas telefônicas autorizadas pela Justiça identificaram quem fazia parte da corrupção.
A estimativa de investigadores que atuaram contra a máfia dos caça-níqueis é que o esquema rendia aproximadamente R$ 150 mil semanais aos donos das cerca de 600 máquinas de Guarulhos.
POLICIAIS
Os policiais civis condenados são: Célio Ernesto Gatti (que teve a pena mais alta, 25 anos), José Orlando Souza, Marcos Viana Costa, Alex Estevam de Morais, Cleber de Castro, Antonio de Matos Tavares, Maurício Freitas Rocha e Carlos Roberto Ribeiro.
Os PMs: Ivaldo Batista da Silva (da reserva), o cabo Fabiano de Almeida Silva e Antonio César Correa.
Acusado de chefiar a máfia, Roberto de Assis Neto Filho foi condenado a 21 anos de prisão e está foragido.
Os advogados de defesa dos 11 policiais e de Neto Filho foram procurados pela reportagem ao longo de sábado e domingo, mas não foram localizados.
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